domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nem fatalismos, nem determinismos...

pois, mas eu não acredito em fatalismo nem em determinismos culturais

houve um embaixador inglês que descrevendo os japoneses no sec XIX escreveu " povo preguiçoso que não serve para trabalhar e está sempre á espera que os outros lhes façam as coisas" (isto foi antes da Restauração Meiji e das reformas que daí advieram), hoje são conhecidos como o povo mais trabalhador do planeta.

essa ideia que os portugueses não podem mudar é errada, perversa e perigosa. Tal como o melhor truque do diabo foi convencer o mundo que não existia, tb as nossas elites tentam convencer que Portugal não pode mudar precisamente porque o objectivo dessas elites é perpetuar o status quo numas das sociedades mais desigualitárias do mundo Ocidental, pois já os Romanos dizem que osTugas não se governam nem se deixam governar, não é? Errado!!! Pois isto é a mais pura mentira.

O que se pasa é que os portugueses desda tenra idade são tratados como atrasados mentais, primeiro nos infantários, depois na escola, depois nas repartições de finanças, e por aí fora até chegar á assembleia da republica. se fossem "criados" e ensinados para serem adultos responsáveis em que os melhores (lá está a tal meritocracia) singravam e mandavam, e os que fazem merda fossem de factos punidos, podes ter a certeza que bastava uma geração para as coisas mudarem (claro que para isso iam ser necessários professores a sério e não os macacos que pululam no ensino de hoje em dia).

para quê esforçar-te, se podes sempre ganhar dinheiro com esquema ou com o tacho politico? porquê aprender na escola quando eu como trolha ou pescador com a quarta classe ganho tanto ou mais do que o doutor ?.. os incentivos nesse país estão todos do avesso. o exemplo mais gritante é o de deputado, aqueles homens vão lá para ser cães, levantar e sentar quando diga o dono, mais nada, por que razão haveria de ir gente honesta para assembleia. só mesmo os carreiristas, descerebrados e invertebrados se sujeitariam a tão grande desprezo, mas eles sofrem calados, primeiro nas estruturas dos partidos, depois nos penosos anos na assembleia em que não falam, nem fazem nada, tudo porque sabem que em 12 anos vão ter uma reforma vitalicia, é como uma lotaria a prazo em que para lá chegar és tratado como um cão mas em compensação só tens que fingir que trabalhas. o pior é que a maior parte dos portugueses adoraria estar no seu lugar, porquê? porque sabe que independetemente de ser inteligente e trabalhador, isso pode não chegar, o mais certo é não chegar se não tens a cunha certa, então porquê esforçar-me? porquê passar o valor do trabalho para o meu filho, se eu sei que não chega? é isto que leva a que os tugas sejam o que são hoje, bastava o incentivos certos na sociedade para isto mudar. vi ontem que em Portugal 350 mil pessoas (170 tal mil familias) recebem o Rendimento de Inserção Social, como pode isto ser possível? será que todas estas pessoas recebem de facto menos de 180 euros por mês? eu diria que nem metade, e porquê ninguem diz nada, pela mesma razão dos que querem ir para deputados...easy money num país injusto.

mas por onde teria que começar a mudança? logicamente, primeiro, pelos partidos politicos e depois pelo Estado em geral. pois mas não são os politicos os principais agentes deste sistema. são e por isso os partidos são o problema e não a solução! concordo contigo que Portugal é um impasse, mas não por causa dos portugueses mas sim pela forma como estão organizados. é por isso que quando vão lá para fora, mesmo sem saber ler nem escrever, se safam, a estrutura é outra...

enfim, vou jantar...

by Nuno Álvares Pereira

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