domingo, 28 de dezembro de 2008

Natal - Deo Omnis Gloria


Apesar de alguns dias de atraso, gostaria de vos desejar um Santo Natal. Nada de Festas Felizes ou "Season Greetings", mas sim um Santo e Feliz Natal. Celebramos o nascimento de Deus feito homem e como esse facto permitiu ao Homem poder conhecer a realidade da sua existência e ter os instrumentos para a sua Salvação, mesmo que seja um caminho de Amor e Sofrimento...

Para quem não acredita em Deus, apenas rezo para que consigam encontrar o seu caminho e deixem de atacar e perseguir a Cristo, seguindo o exemplo de S. Paulo neste ano paulino...
Esta imagem da Pietá de Michelangelo é verdadeiramente inspiradora e apenas possível de alcançar por quem se encontrava próximo de Deus, em oração permanente. Apesar de os presépios serem o mais adequado para este período do Natal, também é tempo de redenção e arrependimento e a Paixão do Senhor é o maior exemplo possível...Obrigado.

Ave Maria - Schubert

A Paixão de Mateus - Bach




A verdadeira arte com inspiração divina, como sempre.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que nunca chega aos jornais

Fonte: http://abrupto.blogspot.com/2008/12/o-que-nunca-chega-aos-jornais-no-incio.html
José Pacheco Pereira

No início desta semana João César das Neves publicou no Diário de Notícias um artigo muito crítico do jornalismo português. (...) Nele se escreviam estas verdades como punhos:
"(...) relatar o sucedido é o que menos interessa. O jornalista vai ao evento para impor a agenda mediática que levou da sede. (...) O público não é informado da orientação do meio que escolheu, porque todos dizem apenas a verdade. Todos os repórteres têm opinião, mas todos são isentos de orientações e partidarismos."
(...)

Esta semana tive ocasião de assistir em directo e, de algum modo, participar num evento que ilustra de forma exemplar como se faz informação em Portugal. Convidado a participar no 2.º Encontro Nacional de Centros Novas Oportunidades, pude assistir ao modo como as coisas funcionam e como chegam (ou não chegam) ao conhecimento público.(...)

Eu conhecia o programa oficial do encontro, onde participava num dos debates, só que, na verdade, o que aconteceu foi mais uma sessão preparada para que o primeiro-ministro tivesse a sua dose diária de televisão, num evento "positivo", com a vantagem de poder fazer um comício para 1500 pessoas, professores na sua esmagadora maioria, que tinham que lá estar por obrigação profissional.

No programa oficial não há qualquer menção à presença do primeiro-ministro, devendo o encontro ser aberto pela ministra da Educação e pelo ministro do Trabalho. Só que se percebia de imediato, pelo aparato na rua, que ia haver um participante não anunciado, José Sócrates.

Aliás, a comunicação social também fora prevenida, porque estava lá um batalhão de jornalistas, câmaras, carros de reportagem, etc. Este chegou com quase uma hora de atraso, sem qualquer pedido de desculpas, e tudo esperou por ele.

Eu, que não gosto de ser "levado", ainda hesitei se continuaria ou não na sala, mas decidi continuar, caminhando para a última fila. As intervenções dos ministros da Educação e do Trabalho foram sóbrias e correspondentes ao espírito de um encontro de trabalho, como era suposto este ser.

Só que depois veio o primeiro-ministro e, no meio da agitação dos jornalistas, fez o seu comício diário para a televisão, cheio de "paixões" e "desejos" e "intenções" e sentimentos vários a que, obviamente, só o seu Governo respondeu na história da nação. As Novas Oportunidades somaram-se a muitas outras "mais importantes" iniciativas do Governo. Em cada uma ele diz que é "a mais importante", mas ninguém dá pelo contra-senso.(...)

Os nossos jornalistas não se apercebem, ou apercebem-se bem de mais, do seu papel de instrumentos de propaganda, sem qualquer conteúdo informativo, e acham natural o que se passa. Terminado o comício, Sócrates saiu e com ele os jornalistas todos (se algum ficou não dei por ela).

Quando resolvi ficar, decidi também que iria acrescentar à minha comunicação sobre as Novas Oportunidades, algo mais: uma referência à politização e governamentalização daquela iniciativa, e aos seus efeitos perversos bem visíveis, ouvindo-se o primeiro-ministro.

Foi o que fiz, referindo como sinais dessa politização, que pode pôr em causa os objectivos das Novas Oportunidades, a obsessão pelas estatísticas e os números redondos (por muitos números redondos que se atirem, o objectivo apontado para 2010 de um milhão de participantes está muito longe de ser alcançado), a condição básica de exigência na certificação, e, por fim, a necessidade de medir os resultados do programa por uma avaliação externa e pelo seu impacto na empregabilidade e no aumento da produtividade nacional.

Parece que referir esta necessidade de resultados mensuráveis, a prazo sem dúvida mais dilatado, incomoda muita gente, mas é inteiramente coerente com os objectivos da iniciativa, porque não se pode considerar que a "batalha da qualificação" se fica só pelos "saberes" mais ou menos intangíveis dos participantes ou por um diploma que não serve para nada.

Que estas preocupações são partilhadas pelos formadores presentes na sala, que também não devem ter gostado muito do comício a que foram obrigados a assistir, está o facto de eu ter sido o único participante a receber palmas em plena intervenção e exactamente nas partes mais críticas para a governamentalização da iniciativa.
Mas o que aconteceu foi mais um não-evento, como muitos outros que devem ocorrer pelo país fora, e que não encaixam no padrão comunicacional da subserviência ao poder.

Eu sei que este meu artigo traduzido em "jornalistês" dá qualquer coisa como isto: ele quer comparar-se ao primeiro-ministro de Portugal no "critério jornalístico", e está danado por ter ido lá dizer coisas a despropósito, ninguém lhe ter ligado e não vir nos telejornais. Nem sequer precisam de se esforçar, porque eu sei o que as casas gastam. Se isto não vier nos jornais, vem nos blogues dos jornalistas.

Mas, voltando ao sério, continuam para mim de pé as afirmações mais duras de César das Neves:
"O actual Governo goza de clara benevolência jornalística. Apesar da contestação e inevitáveis 'gaffes', o tratamento não se compara com o dos antecessores. (...) Muitos dos que relatam o jogo participam nas equipas. Quando o jogo se suja, avolumam-se as suspeitas. Isto ainda não afecta o poder da imprensa, mas já degrada a classe."
Os jornalistas sérios sabem que é assim, mas mesmo esses deviam fazer mais do que o que fazem para não pecarem por omissão. Também se vai para o Inferno por isso.

(Versão do Público de 6 de Dezembro de 2008.)

Vítor Constâncio - Entre os mais bem pagos do mundo

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=344262

Foi noticiado nos últimos dias, de uma forma muito discreta, que o Governador do Banco de Portugal é um dos banqueiros centrais mais bem pagos do mundo. Estamos a falar, segundo o Negócios, de cerca de 250 mil euros anuais que são particularmente excessivos se compararmos com os 140 mil euros que ganha o Presidente da Reserva Federal Norte-Americana.

Temos tido a oportunidade de ver os excelentes resultados do consulado de Vítor Constâncio, com os casos sucessivos de falha na supervisão bancária (BCP, BPN e BPP são apenas as faces mais mediáticas), numa instituição que tem como "core-business" a própria supervisão bancária, concentrada que está a política monetária no Banco Central Europeu.

Não acredito, como é típico em alguns demagogos e populistas, que quanto pior melhor, em termos de remunerações de cargos públicos. Devemos conseguir que os melhores quadros queiram desempenhar esses cargos e para tal é preciso salários compatíveis. Contudo, a remuneração deve ser sempre uma função das competências desempenhadas bem como do mérito demonstrado.

Aqui não há mérito, os erros são demasiados e trata-se de um erro de casting, que já estava há muito anunciado...

Humildade

«A antiga humildade levava um homem a não confiar excessivamente no seu próprio esforço, o que podia levá-lo a trabalhar mais. A nova humildade, porém, leva um homem a duvidar dos seus objectivos, o que faz com que ele pare por completo de trabalhar.

Não nos será difícil encontrar, em qualquer esquina, um sujeito que nos lance em cara a afirmação – a frenética e blasfema afirmação – de que poderá estar enganado. Todos os dias nos cruzamos com pessoas que afirmam que, naturalmente, poderão não ter a opinião mais correcta.
Claro que a opinião dessas pessoas é a mais correcta, senão elas não teriam essa opinião. Estamos em vias de produzir uma raça de homens mentalmente tão modestos, que não acreditam na tabuada. Corremos o risco de vir a conhecer filósofos que duvidam da lei da gravitação universal, considerando que se trata de uma simples fantasia sua.

Antigamente, os cínicos mostravam-se excessivamente orgulhosos para se deixarem convencer; hoje, mostram-se excessivamente humildes para se deixarem persuadir. Os mansos herdarão de facto a terra; mas os modernos cépticos são excessivamente mansos para reclamarem sequer essa herança. »

G. K. Chesterton in ORTODOXIA

Caruso - Pavarotti

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Reitor da Católica: Estado devia pedir desculpa a jesuítas

O reitor da Universidade Católica Portuguesa, Braga da Cruz, disse hoje que seria justo se o Estado português pedisse desculpa aos jesuítas na celebração do centenário da República, que se assinala em 2010.

As declarações do reitor foram feitas na abertura do Congresso Internacional sobre o Padre António Vieira «Ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo», que hoje teve início na Universidade Católica, no âmbito das celebrações do IV centenário do nascimento do missionário jesuíta.

«Seria justo se na celebração do centenário da República que se aproxima, o Estado pedisse desculpa aos jesuítas e outras ordens, não num gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que têm feito pela cultura portuguesa», disse Braga da Cruz.

Este gesto seria, de acordo com o reitor da Universidade Católica, «justo e cheio de significado», após os actos de perseguição e ordens de expulsão feitos no passado contra os jesuítas.
O congresso, que se estenderá até sexta-feira, é a principal iniciativa para assinalar o IV Centenário do nascimento do jesuíta, missionário, orador, político, diplomata e o escritor «mais representativo do Barroco português», segundo a organização, que junta a Universidade de Lisboa e a Província Portuguesa da Companhia de Jesus, além da Universidade Católica.

No primeiro dia deste congresso, vai ser assinado um protocolo de cooperação científica para a constituição de uma Rede de Estudos Internacional Padre António Vieira, envolvendo várias universidades. A constituição desta rede foi realçada, também hoje de manhã na abertura do Congresso, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago. «Os estudos têm sido feitos sob a égide da Língua Portuguesa, mas a obra do padre António Vieira exige que seja conhecida noutras línguas e culturas», referiu Mariano Gago.

A propósito do IV centenário, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, disse que o padre António Vieira é um «nome maior da cultura portuguesa». «Vale a pena comemorá-lo e celebrá-lo sempre», disse.

O congresso promovido pela Comissão Organizadora de 2008 Ano Vieirino traz a Lisboa especialistas da Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América, França e Itália. As comemorações do IV centenário vão prolongar-se até Agosto 2009, com um novo congresso que está a ser preparado pela Universidade do Estado do rio de Janeiro (Brasil).

Diário Digital / Lusa

O Poder Autárquico - Conquista de Abril

Há décadas que o aumento do poder autárquico tem sido defendido como uma das grandes "conquistas de Abril", sendo de admirar até porque o mês em si nada tem de especial ou romântico...Geralmente chove muito, o sol é escasso e foi palco de mais um dos inúmeros golpes de Estado que nos últimos 150 anos têm ajudado o País a "evoluir"...

A verdade é que o "homem-massa" acha que tem capacidade para tudo fazer e sobre tudo decidir...mesmo quando são ignorantes e incompetentes, sem quaisquer provas prestadas nas áreas em discussão...É triste ver a quem está o dinheiro dos nossos impostos entregue e os critérios com base nos quais decidem, seja para a construção de uma casa mortuária para um núcleo residencial de 40 habitantes ou uma escola que fecha passados 3 anos por falta de alunos...

O poder autárquico poderá ter situações positivas, mas é um dos grandes responsáveis pelos despesismo público, caciquismo político e governação despótica que o nosso País sofre e ninguém tem coragem de dizer que "o rei vai nú"...

O assustador é verificar que os autóctones são incapazes, incultos, pobres e com pouca inteligência, mas são perigosos por se julgarem exactamente no oposto destas condições...e lá me recordo de novo da banda do Titanic...

sábado, 22 de novembro de 2008

Portugal Inova

"Sócrates entregou Magalhães só para a fotografia
Por Margarida Davim

José Sócrates esteve na Escola do Freixo, em Ponte de Lima, a entregar computadores aos alunos do 1.º ciclo. Mas, depois de o primeiro-ministro ir embora, as crianças tiveram de devolver os Magalhães."

in Sol, 17 de Novembro de 2008

Igreja em 2000 - Joseph Ratzinger

Será uma Igreja interiorizada, que não reclamará o seu mandato político e não cortejará nem à esquerda, nem à direita.

Não terá uma vida fácil. Porque este processo de cristalização e clarificação custar-lhe-á alguns bons colaboradores. Torná-la-á pobre e fará dela uma Igreja dos pequeninos. O processo será tanto mais difícil por a Igreja ter de eliminar tanto a tacanhez sectária como a bravata daqueles que só querem fazer a sua vontade. É de prever que tudo isto precise de tempo.

O processo será longo e penoso, tal como foi muito extenso o caminho que levou dos falsos progressismos nas vésperas da Revolução Francesa (em que era chique, mesmo para os bispos, fazer troça dos dogmas e talvez mesmo dar a entender que de modo nenhum se tomava por certa a própria existência de Deus) até à renovação do século XIX.

Mas, depois da provação dessas divisões, uma força pujante brotará de uma Igreja interiorizada e simplificada. Porque os homens de um mundo totalmente planificado se sentirão indizivelmente solitários. Quando Deus tiver desaparecido inteiramente, aí é que experimentarão a sua total pobreza.

E descobrirão então a pequena comunidade de crentes como qualquer coisa de inteiramente novo. Como uma esperança que lhes diz respeito, como uma resposta por que secretamente sempre tinham esperado. Por isso, parece-me certo que se preparam tempos muito difíceis para a Igreja.

A autêntica crise mal começou. Deve-se contar com grandes abalos. Mas estou também seguro de que, por fim, permanecerá não a Igreja do culto político, mas sim a Igreja da fé. Ela não será com certeza a força dominante da sociedade, como foi recentemente. Mas florescerá de novo e tornar-se-á para os homens a pátria que lhes dará vida e esperança para lá da morte.

"Que aspecto será o da Igreja no Ano 2000?" - P. Joseph Ratzinger
Conferência radiofónica
Emissora Radiofónica de Hessis
Natal de 1969

The Boy - Mondigliani


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"There are those who hate Christianity and call their hatred an all-embracing love for all religions."

G.K. Chesterton

van Gogh - Sunflowers

Chopin Nocturne

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Eutanásia - Uma cultura de morte

O relativismo impera, já não existe a verdade e cada vez mais existe a negação do Bem por parte do Homem. Um texto esclarecedor:

Para alguns a eutanásia é a resposta correcta para o sofrimento insuportável das pessoas que, tendo doenças incuráveis e numa fase final da sua vida, entendem não querer continuar a viver.
A eutanásia inclui sempre o acto de provocar a morte numa pessoa gravemente doente, no fim da sua vida, e a pedido desta. Os seus defensores dizem que é uma resposta a reservar apenas para situações excepcionais.

A eutanásia não é a recusa de tratamentos desproporcionados, ditos fúteis, e a eutanásia não é a suspensão desse tratamentos. Com efeito, a recusa ou suspensão de tratamentos desproporcionados é uma boa prática médica, já recomendada e aprovada recentemente em código deontológico. A eutanásia também não é a administração de medicamentos opióides e sedativos, quando a intenção é aliviar o sofrimento.
Por outro lado, é inútil associar a eutanásia a vagos conceitos como "morte assistida", "morte digna", "boa morte serena", pois isso só contribui para confundir a opinião pública, com expressões que são tópicos sentimentais e susceptíveis de aludir a muitas outras actuações, de âmbito e natureza diferente da da eutanásia.
A realidade do sofrimento em fim de vida preocupa e assusta, e isso é natural e compreensível. Todos queremos garantir para o final dos nossos dias a tranquilidade de um tempo sem dores, sem mal-estar, e encerrar serenamente a nossa vida, em paz connosco, com o mundo e com os que nos são queridos.
Os que trabalhamos com doentes em fim de vida e seus familiares sabemos que a larga maioria nos diz: "Eu não tenho medo de morrer, tenho é medo de sofrer!" As pessoas querem habitualmente viver, viver com dignidade, e só um sofrimento insuportável as fará desejar morrer, e mais, as fará desejar que as matem.

Os portugueses precisam saber que têm hoje uma resposta técnica e humanizada da medicina para essas situações de sofrimento e que se chama "cuidados paliativos". Estes cuidados de saúde, prestados por equipas de profissionais e voluntários devidamente especializados, promovem a qualidade de vida e a dignidade, respeitam a vida (não a encurtam) mas também respeitam a inevitabilidade da morte (e por isso não prolongam artificialmente a vida).
Isto é: no mundo actual e moderno, a medicina tem meios para mitigar o sofrimento humano, não o deixando tornar-se intolerável, e sem manter as pessoas vivas a qualquer custo. Esta é uma resposta não para casos excepcionais, mas "a" primeira resposta nos cuidados de saúde para os que têm doenças graves e incuráveis, que pode e deve ser prestada muito antes dos últimos dias de vida.

Se não houver acesso e, sobretudo, se não houver informação sobre cuidados paliativos, a escolha sobre o que queremos para o fim dos nossos dias será feita de forma imperfeita e deturpada, sem estar na posse dos mais recentes dados sobre a matéria. Não se trata de contrapor a "alternativa cuidados paliativos" à "alternativa eutanásia": qualquer que seja a nossa posição sobre a eutanásia, todos devemos ter acesso aos cuidados paliativos. Demos aos cuidados paliativos, enquanto direito humano, o lugar universal que lhes está reservado.

Um recente estudo pioneiro, de representatividade nacional, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (ver
www.apcp.com.pt), demonstra que 2/3 dos portugueses desconhece a existência e as práticas dos cuidados paliativos. Curiosamente, nesse mesmo estudo, nos indivíduos inquiridos - que representavam a realidade nacional -, 50% dos que se assumiam a favor da eutanásia diziam que mudariam essa posição, se tivessem a garantia de que a medicina não os deixaria em sofrimento intolerável. Estes factos revelam um nível de desinformação preocupante e justificam, por si só, mais e melhor informação para os portugueses sobre estas matérias.
Só pode haver debate sobre um tema se houver conhecimento alargado sobre ele. Importa, pois, colocar toda a informação disponível ao serviço do público, com rigor e verdade, evitando abordagens sensasionalistas. A importância do tema nas nossas vidas, o respeito pelos mais vulneráveis e, sobretudo, o respeito pela opinião pública e o dever de a informar justificam-no.

Oxalá possamos assistir a essa mudança.


Isabel Galriça Neto
médica de Cuidados Paliativos;
directora da Unidade de CP Hospital da Luz; assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa

In a manner of speaking

O procurador

O Ministro Manuel Pinho (fantástico como o senhor está sempre em destaque) afirmou que a nomeação para presidente da Autoridade da Concorrência do Dr. Manuel Sebastião, procurador de uma empresa do Senhor Ministro (que foi constituída quando o Dr. Manuel Pinho era administrador do BES e o Dr. Manuel Sebastião administrador do Banco de Portugal, entidade regulador do sector bancário??!!) não podia ser posta em causa...Pasme-se quando o Ministro Manuel Pinho tem mais uma tirada fantástica e afirma que a competência técnica não está em causa porque o Dr. Manuel Sebastião frequentou a mesma universidade que o Presidente Obama...Então e a ética? A moral? A vergonha? (ou falta dela...)

Isto mais parece é uma história do país natal do pai do Presidente Obama...se calhar foi lá que o senhor ministro fez um curso intensivo em formação ética...

domingo, 12 de outubro de 2008

A crise mundial e o "billtracking"



O telejornal da SIC presenteou-nos esta noite com mais uma peça fantástica de jornalismo de investigação: sobre a "secção" portuguesa desse passatempo chamado "billtracking". É verdade, existe um grupo de "maduros" (incluindo alguns exemplares autóctones) cujo passatempo é introduzir numa página de Internet os números de série de notas e descobrir localizações anteriores...Basicamente é uma das coisas mais idiotas que alguém se pode lembrar de fazer (como um dos entrevistados confessou??!!)...

Contudo, a questão é mais grave do que parece, pois no meio de uma das maiores crises financeiras mundiais, os telejornais (jornais, rádios, discursos políticos, etc...) têm referências a coisas tão importantes como "billtracking", as novas cores da moda, o penalty por marcar ou o casamento dos homossexuais...

Só me vem à memória, e cada vez com maior frequência, a banda do Titanic...tocou até ao último minuto para entreter os náufragos (sim era isso que eram e não já meros turistas)...

domingo, 5 de outubro de 2008

Viva a República (?!)


O País (!) prepara a comemoração dos 100 anos do golpe de Estado que implantou o regime republicano em Portugal. Trata-se claramente de uma operação de cosmética sobre um regime muito pouco democrático, que perseguia e prendia os cidadãos que não concordavam com a mudança de regime político (e alguns que concordavam mas que eram contra a falta de democracia) e que reforçou a política de clientelismos dos partidos da monarquia (incluindo o Partido Republicano), com base numa reduzida base de apoio popular.


Ainda mais interessante é o facto de a Comissão querer aproveitar o centenário da República, para introduzir os casamentos de homossexuais e as adopções pelos mesmos, como sinónimo da modernidade do País e do "espírito aberto" dos ideais republicanos. Simplesmente fantástico...


Nada como remexer no baú das recordações em: http://www.centenariodarepublica.org/


O Magalhães, o porco e o Sócrates (o outro)

Não são necessárias quaisquer palavras, apenas ler com atenção:

"Sobre o Magalhães (refiro-me ao computador português feito no estrangeiro) já se escreveram muitos e interessantes comentários, uns a favor e outros contra. Tudo visto, parece-me que resta uma generalizada (mas para mim preocupante) aceitação da medida. Ouviram-se escolas e professores sobre a iniciativa?
Não, porque por elas pensa a ministra, para quem o Magalhães constitui "o instrumento principal da democratização do ensino"; ponderou-se o impacto que a tecnologia tem na melhoria do aproveitamento escolar dos jovens, analisando estudos disponíveis sobre a matéria, que concluíram pela sua irrelevância?

Não, porque o coordenador do Plano Tecnológico já disse ao que vai: dois alunos por computador em 2010! Dou de barato não saber que critérios presidiram à escolha deste computador e não de outro, da Intel ou da empresa de Matosinhos, e simplesmente não engulo a fantasia da ausência de custos para o Estado.

Mas o que acho verdadeiramente preocupante é a generalizada adesão ao culto duma modernização pacóvia, que tudo resume ao mero mercantilismo (e não utilitarismo, como muitos impropriamente referem o conceito que, enquanto teoria filosófica, é coisa bem diferente). A formação sólida, que constitui a missão da Escola e dos professores, deve assentar numa clara hierarquia de valores: primeiro o conhecimento puro, depois o instrumental. Mas o que se tem feito ultimamente é a secagem das actividades cognitivas, substituindo-as pelas meramente instrumentais.

Foi assim que se trocaram clássicos da literatura por textos ditos pragmáticos (simples formulários, notícias jornalísticas ou mensagens publicitárias) e se preferiram as actividades conducentes à aquisição de "competências" em detrimento das actividades de forte componente cognitiva. Foi assim que se enfraqueceu o ensino da Gramática, da Filosofia e da História e se reforçaram iniciativas híbridas ("área projecto" e "estudo acompanhado"). Surpreendente? Não, se tivermos em vista que quem decide são tecnocratas deslumbrados pela tecnologia e convencidos que os "bichavelhos" são suficientes para educar o povo.

Parece-me evidente que há mais gente satisfeita com este bodo de Magalhães a eito que gente insatisfeita e ciente, como eu, de que as crianças do ensino básico não vão aprender melhor a ler e a interpretar o que lerem por causa dos computadores; ou de que não aprenderão mais cedo e melhor a Matemática fundamental por via do Magalhães; ou de que não se iniciarão precocemente na actividade de pensar e perceber o que as rodeia, por via do portátil. E é aí que reside o problema: fornecer tecnologia sem cuidar da literacia que a permite utilizar é drasticamente pobre. O impacto da componente cognitiva do ensino só pode ser comparado com o da sua vertente instrumental por quem conhece as duas e tem do exercício profissional uma autoridade que os tecnocratas desprezam. O tecnocrata é por norma e por formação pouco sólida um fanático da tecnologia, que com ela se satisfaz e nem sequer aprende com a natureza efémera de tantos projectos tecnológicos (lembram-se do ensino assistido por computador, do Minerva, do Nónio, das Cidades Digitais e do endereço electrónico para cada português, entre outros?).

Stuart Mill referiu-se assim a esta questão fundamental do pensamento e da natureza humana:"É indiscutível que o ser cujas capacidades de prazer são baixas tem uma maior possibilidade de vê-las inteiramente satisfeitas; e um ser superiormente dotado sentirá sempre que qualquer felicidade que possa procurar é imperfeita. (...)

É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito; um Sócrates insatisfeito do que um idiota satisfeito. E se o idiota ou o porco têm opinião diferente, é porque apenas conhecem o seu lado da questão. A outra parte da comparação conhece ambos os lados..."

Santana Castilho - Professor Universitário
in Público, 1 de Outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

Memória Eterna


Num mundo com demasiados relativismos, não podemos deixar as memórias do Mal desaparecerem...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Jogos Paralímpicos


Mais 8 medalhas que estes atletas de eleição trouxeram para Portugal, em conjunto com muito orgulho e dedicação pelas cores nacionais. Parabéns e obrigado.

Mário Soares e Bento XVI

Comentários de Mário Soares à visita de Bento XVI a França...recordo o facto de que este senhor é o responsável pela Comissão de Liberdade Religiosa...apesar de não acreditar em Deus.


«(...) O Papa em visita à França, republicana e laica, onde há apenas cerca de 10% de praticantes católicos foi um acontecimento. Foi recebido pelo mediático casal presidencial Carla Bruni e Sarkozy - muito fotografado e filmado com os seus anfitriões - falou a umas centenas de intelectuais, políticos e empresários, reunidos no Colégio dos Bernardinos, em pleno Bairro Latino e rezou perante 250 mil pessoas. Disse, entre outras, duas coisas importantes: "É preciso uma nova laicidade" (Porquê? Não basta a definida no Concílio Vaticano II?); e a Igreja "pode ajudar a dotar de moralidade o capitalismo financeiro globalizado" (Como? Não explicou). De qualquer modo, teve mais sucesso do que quando esteve na sua terra, a Alemanha.

Por seu lado, Sarkozy, falando ao gosto do seu interlocutor, adjectivou a laicidade, chamando-lhe positiva (porquê?) e disse que "prescindir das religiões (no plural) é uma loucura e um ataque à cultura". Esqueceu-se que muito mais de 10% da população francesa é agnóstica ou mesmo ateia e, entre ela, seguramente, está a maioria dos segmentos sociais mais cultos e intelectualizados...»

Trata-se de mais um prova de funcionamento deste País, em que o mérito e a lógica nada têm a ver com o preenchimento de determinados lugares, que têm apenas uma agenda pessoal e política de destruição dos valores mais básicos da sociedade e da Pátria.

domingo, 14 de setembro de 2008

A "estória" dos números






Esta notícia é auto-explicativa e não merece muitos comentários. Apenas mais um facto exemplificativo sobre a forma como o Primeiro-Ministro utiliza os números a seu bel-prazer...isto para não introduzir o conceito de "valores líquidos", no que diz respeito ao emprego (ou será desemprego?!) em Portugal...

Mas as massas estão contentes e felizes...isso é que importa. Porque razão estas questões não passam de notas de rodapé nos jornais ou breves notícias (com pouco destaque) nos sites noticiosos?


http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=330908

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro de 2001


Apesar da manipulação, dos desastres e dos sucessos da guerra contra o terrorismo, dos atentados às liberdades individuais, de uma certa esquerda com tiques totalitários (e anti-democrática), das desculpas para o fundamentalismo islâmico...a verdade é que mataram 3 mil pessoas...assassinaram 3 mil seres humanos...em nome de uma ideologia de morte e terror...Não podemos esquecer, não podemos deixar de julgar, nem podemos ceder ao terrorismo.

Isto sim...


Isto é que é uma excelente razão para o senhor Ministro da Economia se sentir ofendido...como é que a OCDE se permite a manipular números e dizer que apenas a Turquia tem mão-de-obra menos qualificada que Portugal??!!

Obviamente é um claro insulto à Pátria que tanto deve ao actual Governo (como aos últimos) em termos de progresso e desenvolvimento...Portugal está para a Europa como a Biblioteca de Alexandria para a Antiguidade e estes senhores da OCDE devem estar manipulados por sentimentos anti-Portugal.

Devíamos era metê-los na ordem, senão qualquer dia no estudo PISA também dizem que o claro e evidente progresso do sistema educativo português não é real... Força Manel!

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1342106

Nacionalismo Serôdio


O Ministro da Economia, Manuel Pinho, declarou-se ofendido com o facto de o Financial Times se referir aos países mediterrânicos da UE como "PIGS". Mais um exemplo de nacionalismo serôdio e dispersão das atenções do essencial para o acessório. PIGS não é mais que as iniciais de Portugal, Italy, Greece and Spain...possivelmente o senhor ministro não é leitor habitual do Financial Times...(será que os naturais dos países BRIC's se consideram "tijolos"??!!!)

Gostaria muito era que o senhor ministro se ofendesse com os números do desemprego, os pseudo-projectos que anuncia e não se concretizam (ou anuncia várias vezes o mesmo) ou com o facto de Portugal ser o país mais pobre destes cinco países...sim somos mais pobres que a Grécia...e também que o Chipre e a Eslovénia. Isso é que é uma ofensa.

Com este escol não precisamos de mais nada...além de que o senhor inspira toda a confiança...

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/nacional/economia/pt/desarrollo/1162720.html

MFL

A líder da oposição falou após muita especulação sobre o seu supostamente prolongado silêncio. Na minha opinião falou bem. Nota-se que JPP é um dos seus conselheiros proximos, o tema do controlo comunicional propagandistico deste governo e o esforço controleiro por todo o País de todas as estruturas da Admnistração e Função Pública é um dos temas recorrentes do Abrupto.

Penso que poderia ter explorado ainda mais o tema Segurança, mesmo sem ser demagógica. Dizem que a Sra não apresenta nada de novo. Mas apresenta uma imagem de seriedade e credibilidade. Não é novo. Mas é muito.

O que pretende o Prof Marcelo? Quer ser líder do PSD outra vez? A crítica à gestão do silêncio de MFL cheira como sempre a tacticismo político...mas com que propósito?

Portugal precisa do PSD, o único partido que pode fazer oposição com real possibilidade de constituir alternativa e constituir governo. Que MFL fale agora, mais, temporizando os momentos como entender mas que esteja à altura do momento. O início do fim do poder socialista começa agora.

Fado?

Derrota injusta e comprometedora ontem com a Dinamarca, parecia mesmo o Fado dos velhos tempos de que falam hoje os jornais desportivos: n oportunidades de golo não concretizadas, vitória na mão e descalabro nos últimos minutos. Muito mau. De assinalar a exibição magistral do Deco...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Só agora é que vi

Meu caro Afonso, o link do glorioso/mixoso no Blog só pode ter sido um lapso...se for provocação posso garantir-te que terá consequências...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

2 ou 3 comentários muito rápidos

Antes do referido em epígrafe, os meus parabéns ao Afonso de Albuquerque pelo pontapé de saída. Longa vida a este espaço!!

Não tenho muito tempo mas gostava apenas de comentar duas coisas i) a escolha de Palin e ii) uma notícia de hoje no Publico.

Quanto ao primeiro ponto, estamos a falar da vice-presidente dum candidato de 71 anos, isto é, com mais probabilidade de vir a ser ela presidente dos EUA (o testemunho é automático no caso de impossibilidade ou morte do presidente). Nesta fase complicada do mundo actual, quem gostaria de ver uma "barracuda" de 44 anos, cuja experiência política é ter sido presidente duma câmara e governadora dum Estado remoto, ser presidente dos EUA?

Segundo e para concluir, hoje fiquei a saber que no caso de uma agressão a soco a um polícia e não havendo necessidade de tratamento hospitalar, aquela não entra nas estatísticas oficiais de criminalidade...sempre a aprender coisas fantásticas cá na terra!! O artigo é todo um must. Desde polícias a dizer que os diversos governos manipulam as estatísticas até bocas sobre quem devia publicar as referidas estatísticas. Enfim, algo que num país um pouco mais a sério seria escandaloso cá na terra passou despercebido num artigo menor. Mais matéria-prima para o Inimigo Publico....


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Eleições americanas


Boas, caríssimos.

Temos aqui criado um espacinho mais que muito bom para conversa, tertúlia, debate e partilha de ideias, pelo que agradeço desde já ao Afonso de Albuquerque o convite para participar.


Política internacional: opiniões contraditórias sobre a escolha da Vice Republicana, via Expresso, Público e podcasts do Economist chamaram-me a atenção este fim-de-semana. Porque fazem sentido. O Economist afirma que MacCain faz cair por terra o seu principal argumento contra Obama - a inexperiência - ao escolher uma governadora inexperiente, logo de um Estado como o Alaska, a quem nunca se ouviu uma frase sobre política internacional; e que faz levantar sobrancelhas sobre o critério com que toma decisões: ao que parece o War-hero americano só tinha visto Sarah Palin um par de vezes. Faz sentido.
Já JPCoutinho escreve com a ironia acertada do costume que o velhote MacCain escolheu Sarah por uma espécie de "gut-feeling" fundamentado: mulher, bonita, vai apelar a alguns orfãos de Hillary Clinton, dá frescura e juventude à Campanha, o conservadorismo dela será uma vantagem para os eleitores da América profunda. Faz sentido.
O que é que vai contar mais se verá. Mas a vitória de Obama não é certa como se parece pensar cá no burgo. E tambem não é nada certo que se ganhar que os fãs não vão ter uma desilusão. E mais uma ideia escrita por Monjardino no Expresso: Obama ganhando inaugura uma nova época em que os EUA se focam mais no eixo do Pacífico do que no eixo Atlântico.

domingo, 7 de setembro de 2008

Tributo a um Chefe de Estado


REI D. CARLOS I (1863-1908)

D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL


Louco, sim, louco, porque quiz grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Porisso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que ha.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadaver addiado que procria?


Fernando Pessoa

Estado da coisa...

Nas últimas semanas a líder da Oposição (sim o PSD é a única alternativa ao PS) tem vindo a ser acusada de não falar e apresentar propostas...tenho andado intrigado pois gostaria de ver o mesmo entusiasmo na análise das medidas (!?) do Governo Sócrates (há lá mais alguém?)...

É verdade que importa mostar mais energia na oposição ao G0verno, mas provavelmente já nos esquecemos o que é uma oposição responsável e interventiva (quando deve ser), se bem que a máquina de propaganda do Governo pareça querer fazer de Manuela Ferreira Leite a líder do Governo, o que talvez seja uma realidade dentro de um ano...por isso é que José Sócrates está tão preocupado (mas não em governar)...

Hoje falou...provavelmente para a atacarem de falta de coerência ou de oposição indescriminada...Pena que José Sócrates só fale sobre Jogos Olímpicos ou call-centres (com o devido respeito por estes temas)...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

4_18@escola.tp

O País continua a avançar e progredir graças ao nosso homem no leme, José Sócrates, que visionário não pára o seu ímpeto reformista...

Espanhóis, irlandeses, alemães, suecos...roam-se de inveja...

Além de ajudar as massas a se deslocarem..(nem sabia que crianças com 4 anos têm que pagar bilhete)...vai melhorar a qualidade ambiental, porque todos os condutores do 4 aos 18 anos irão passar a utilizar os tranportes públicos...(mais detalhes hilariantes no link)

Até temos direito a site e logotipos alusivos...não merecíamos tanto...muito obrigado.

http://www.imtt.pt/4_18@escola.tp/cartao4-18.html

McCain: Escolhe mulher para VP

O candidato republicano, John McCain, escolheu a governadora do "pequeno" estado do Alaska, Sarah Palin, para o acompanhar na corrida à Casa Branca. De imediato as elites europeias atacaram McCain por ter intenções eleitoralistas (o senhor bem que podia estar nas eleições para perder...) e apenas escolher uma mulher por ser isso mesmo...uma mulher...Além do mais a senhora é uma ex-Miss, portanto certamente será uma mentecapta. Se fosse inteligente era democrata e a favor de Barack Obama...

Na minha opinião se John McCain escolheu uma mulher parte logo com uma vantagem enorme...pois as mulheres são bastante mais sensatas e equilibradas na hora de tomarem decisões. Não existe o problema de quererem os "brinquedos" só para elas, nem em destruir tudo o que não possam ter...(se bem que se do outro lado estiver outra senhora...teremos que ter cuidado...). Se calhar não são favas contadas...

sábado, 30 de agosto de 2008

Portugal no século XXII

O Plano Tecnológico avança, a Pátria lusitana é um dos países mais ricos do mundo, o Governo está a ultimar pormenores depois de reformar o País, é fantástico morar em Portugal, as massas estão preparadas para tudo...

Porreiro pá (única frase digna de um momento pseudo-histórico para a carreira profissional de dois ilustres políticos lusitanos)...perfeitamente digna para os tempos que se vivem...


http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1340848

Obama - Rumo à Casa Branca?




Nos últimos dias temos assistido ao espectáculo da Convenção Democrata, que levou à nomeação de Barack Obama enquanto candidato oficial dos democratas para a Presidência dos Estados Unidos. Na "Europa" o fascínio por este candidato (que nada provou em funções executivas) tem sido bastante publicitado, pelo menos por algumas elites iluminadas, e revela como na actualidade o que interessa é o fascínio e não tanto a fiabilidade.


Infelizmente, McCain também não parece querer emendar os erros da Administração Bush (ou talvez não o possa fazer para ganhar as eleições) e a "Europa" ruidosa parece inclinada para a pseudo-modernidade (ou será espectáculo) que Obama proporciona. Continuamos sem entender os Estados Unidos e o seu papel no mundo, continuamos a ser um anão com pés de barro...

Um destes dias estaremos a chamar pelos americanos para nos defenderem dos russos, do perigo islâmico ou de uma ameaça asiática...




quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Uma voz independente

http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/destaque/pt/desarrollo/1026864.html

AFFONSO DE ALBUQUERQUE

De pé, sobre o paizes conquistados
Desce os olhos cansados
De ver o mundo e a injustiça e a sorte.
Não pensa em vida ou morte,
Tam poderoso que não quere o quanto
Póde, que o querer tanto
Calcára mais do que o submisso mundo
Sob o seu passo fundo.
Trez imperios do chão lhe a Sorte apanha.
Creou-os como quem desdenha.

Fernando Pessoa

VIRIATO


Se a alma que sente e faz conhece
Só porque lembra o que esqueceu,
Vivemos, raça, porque houvesse
Memoria em nós do instincto teu.
Nação porque reincarnaste,
Povo porque resuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste –
Assim se Portugal formou.
Teu ser é como aquella fria
Luz que precede a madrugada,
E é já o ir a haver o dia
Na antemanhã, confuso nada.

Fernando Pessoa

Wilhelm Kempff plays Beethoven's Moonlight Sonata

http://www.youtube.com/watch?v=O6txOvK-mAk&feature=related