terça-feira, 28 de dezembro de 2010

IVA subiu mais de 30% desde 1986

O IVA tem registado um crescimento acelerado desde que foi estabelecido em Portugal há 25 anos, com o objectivo de harmonizar a tributação ao consumo e preparar a entrada da economia portuguesa no mercado comum europeu.

Aquando da sua entrada em vigor, em 1986, a taxa normal do IVA situava-se nos 16% e a taxa reduzida nos 8 por cento. Em Outubro de 2010, no âmbito da aprovação do Orçamento do Estado para 2011, foi anunciada uma nova revisão deste imposto: a 01 de Janeiro de 2011, o IVA aumentará para 23 por cento, mais 7 pontos percentuais desde que entrou em vigor.

Em 25 anos, o IVA aumentou 31,25 por cento em Portugal. A partir de 01 de Janeiro, com a entrada em vigor do novo valor, este corresponderá a um aumento de 43,75 por cento.

É preciso sustentar a canalha que vive à conta de quem trabalha e não tem hipótese de fugir aos impostos. Três décadas desperdiçadas, de combate a um monstro que devora tudo, alimentado pelos clientelismos do rotativismo.

Obviamente...

"O Bloco é um grupo de adolescentes de meia-idade, a tender para o senil" Vasco Pulido Valente in Publico 24 Dezembro 2010

A um mês da eleição presidencial, já se percebeu que os portugueses não se interessam, nem se interessarão, por ela. O que não admira. A maioria dos candidatos não existe (quatro em cinco). Os que andam por aí a fingir que existem não têm rigorosamente nada a dizer. E todo o país sabe que o dr. Cavaco vai ganhar e que Alegre não ameaça ninguém, a não ser ele próprio. De resto, a crise também serviu de pretexto para nos poupar a estridência habitual e os cartazes na rua. Não há manifestações. Não há comícios. Suspeito mesmo que em 23 de Janeiro nem sequer haverá muitos votos. Pôr em Belém uma criatura medíocre e baça, com o único poder de mandar para casa o Parlamento, não entusiasma ninguém. A extraordinária pasmaceira em que se tornou a nossa vida pública é apropriada.

Isto sucede porque os partidos desapareceram. Mais precisamente, porque a esquerda e a direita desaparecerem. Na esquerda, o Partido Comunista sobrevive misteriosamente, alimentado pelo atraso e pela miséria de uma sociedade arcaica. O Bloco é um grupo de adolescentes de meia-idade, a tender para o senil, que sobreviveu sem mudar a trinta anos de história da Europa e do mundo. Gasto o repertório de "questões fracturantes", ficou o vazio. E o PS, depois de 15 anos de Estado, gordo e corrompido, deixou de representar fosse o que fosse e não inspira a mais remota confiança. Pior ainda: desde o "25 de Abril", e tirando o dr. Soares, que não é jovem, a esquerda não conseguiu produzir um só homem (ou mulher) que mereça o mais vago respeito ou simpatia.

A direita, essa, é, como sempre, um parasita do Estado central ou da administração local. O PSD conservou cuidadosamente as suas relações com o PS para aproveitar a ruína do país, que também na sua altura promoveu. Com Pedro Passos Coelho ou sem Pedro Passos Coelho, a grande aliança do "centrão" continuará como até aqui. Cavaco é um ornamento, que não mexeu, nem mexerá um dedo para acabar com a promiscuidade entre a política e os "negócios". Verdade que o CDS nunca entrou nessa abençoada partilha. Mas não cresce. E não cresce porque não distribui as sopinhas que o PSD assiduamente distribui (basta ver onde foram parar os velhos ministros de Cavaco). Neste deserto, para quê votar em 23 de Janeiro? Para passear a sua insignificância e a sua impotência por esta desgraçada terra, Cavaco serve.