domingo, 8 de fevereiro de 2009

Elasticidade

Tenho que começar por dizer que utilizo e adopto uma frase que Pacheco Pereira utilizou na última quinta-feira: "o Primeiro-Ministro tem uma relação elástica com a verdade"...

Esquecendo os inúmeros ataques de forças obscuras ao Senhor Primeiro-Ministro (a licenciatura, as casas na Guarda, o Ministro das Finanças que se demite, etc..) a verdade é que diariamente assistimos à inebriação que o poder causa neste Partido Socialista...são estudos da OCDE sobre Educação (com desmentidos da OCDE), é o malhar na oposição, as promessas de 150 mil postos de trabalho novos (que afinal não era bem assim), o crescer mais que nos últimos anos (possivelmente estava a falar em valores com módulos)...

Como cúmulo assiste-se à manipulação dos fluxos de informação, devido ao ano eleitoral, e a um controle do País comparável com o existente na I República, mas agora com outros meios tecnológicos...Os autóctones têm que demonstrar nas eleições que ainda conseguem pensar e não são facilmente enganados, apesar do que têm tentado fazer nos últimos anos para diminuir o nível educacional e intelectual dos Portugueses...

"Malhar"

"do Lat. malleare

v. tr.,
bater com malho ou martelo em;
debulhar cereais;
contundir;

v. int.,
dar pancadas;
cair na malha ou na rede;
cair;
reunir o gado em determinado ponto;"

Num País normal no mínimo este senhor já se tinha demitido, tal a cultura democrática que ostenta, mas que afinal é apenas sintomática do passado trotskista e de apoio a Otelo Saraiva de Carvalho, para a implantação de uma ditadura proletária em Portugal. Tão ao gosto da esquerda reaccionária que agora gosta de "malhar"...

O que teria acontecido se tivesse sido um Ministro dos Governos anteriores a fazer uma declaração tão idiota?!

Reputação e credibilidade

Reputação e credibilidade
06.02.2009 (in Público)
Não mentir nem dizer meias-verdades é a melhor política, em particular, em matéria de finanças públicas
AVerdade ninguém a conhece. Quem pensa conhecê-la é religioso, no melhor dos casos, ou fanático, na maioria dos exemplos. Há verdades, mentiras e meias-verdades. As meias-verdades são mentiras a dobrar, porque já o são hoje mas só a descobrimos como tal, mais tarde. E doem mais, sentimo-nos duplamente vítimas da mentira. Além disso, se não conhecemos muito bem a Verdade, sabemos muito bem o que é a mentira.
Falar verdade é meio caminho para enfrentar a crise económica e social em que estamos metidos. Melhor dizendo, não mentir nem dizer meias-verdades é a melhor política, em particular, em matéria de finanças públicas. É a única maneira de ter boa reputação, credibilidade e crédito.
O Governo, pelo menos desde meados de Outubro, dá corpo a uma sequência de trapalhadas que agora estão a sair caras, não só ao Governo, mas também ao País (o que é grave).
Em meados de Outubro, afirmava que em 2008 o PIB cresceria 0,8%, quando já se conheciam os dados para os 2 primeiros trimestres. Tal não era possível com base nos indicadores, então disponíveis. Não sabíamos que já estávamos em plena recessão, mas todos sabíamos (e sentíamos) que estávamos muito pior que no primeiro semestre. Agora, a estimativa de crescimento, para 2008, é de 0,3%. O défice público, em 2008, não é o mais baixo da democracia portuguesa. Com os dados publicados em meados de Outubro, será pelo menos 2,9% do PIB, ou seja, mais alto do que em 2007. Em ambos os casos, sem receitas extraordinárias, que é o que interessa, obviamente.
Agora temos uma correcção ao orçamento aprovado para 2009 e mais uma vez se perdeu outra oportunidade para falar verdade. Desde logo, assegura que não existiram receitas extraordinárias, em 2007 e 2008, o que é falso. Basta ler o OE de Outubro para se saber que, em 2008, serão uns significativos 0,7% do PIB e não 0,0%, como diz o Programa de Estabilidade e Crescimento apresentado (1).
Desta vez, o Governo escondeu-se atrás das previsões do Banco de Portugal, que o próprio já tinha dito estarem desactualizadas porque uma série de riscos potenciais se tinham, entretanto, materializado, tanto a nível nacional como internacional.
Mais grave, o Governo ignorou as previsões, já disponíveis, da Standard & Poors (S&P), do The Economist, da Comissão Europeia. Todas, significativamente, mais pessimistas que as do Banco. Ignorou, conscientemente, as consequências do novo rating da S&P para a República. Não quis ouvir as previsões, entretanto tornadas públicas, de vários países, nomeadamente da Espanha.
Já se discute abertamente nas páginas do Financial Times a possibilidade de um país da zona-euro - a Grécia - poder cessar pagamentos, o que, apenas como hipótese, já nos cria sérios problemas. Era assunto temido por mim há muitas semanas mas, não desejando ser ave-agoirenta, nunca o mencionei explicitamente. Mas todos vínhamos tomando conhecimento que tal hipótese estava nas cartas e seria boa política que se guardasse, desde já, alguma margem orçamental para tal eventualidade.
Note-se que em Espanha o défice orçamental ultrapassará os 6%, partindo de um excedente de 2%. E, em Portugal, embora o Governo jure que não ultrapassa os 3,9%, o défice orçamental este ano estará mais perto dos 5 que dos 4%. Tudo isto, se o Governo conseguir financiar-se internacionalmente. Explicando melhor, pode acontecer que o Estado não consiga financiar as projectadas obras de combate à crise e os grandes projectos públicos e o défice ser forçado a ser menor.
Entretanto, ninguém acredita no que o Governo diz e este limita-se a fingir acreditar.
Desta vez, a S&P fez o trabalho de casa e claramente diz que o problema está nas reformas deixadas a meio e no problema orçamental, mais uma vez, ainda por resolver. O facto da SEDES ter salientado, em Junho, o problema das meias reformas, valeu-nos uma campanha (bem organizada, chapeau!) de insultos pessoais.
Quando em Março se anunciou a descida do IVA e eu me insurgi, porque poderia ser necessário o orçamento apoiar o sector financeiro, chamaram-me (pelo menos) irresponsável.
O facto de, há meses, eu e outros chamarmos a atenção de que o problema fundamental de curto prazo é a falta de crédito, não comoveu ninguém. Mas não basta estar certo, é preciso estar certo na hora certa. Li, há dias, que Larry Summers, conhecido professor de Harvard e presidente do National Economic Council de Obama, punha como primeira prioridade o restabelecimento do crédito (a par do emprego) para a política económica americana. Quem ler a imprensa internacional relevante verá que algo de semelhante se passa no Reino Unido. Nós por cá todos bem.
Atribui-se a Keynes o aviso de que "the market can stay irrational longer than you can stay solvent". Em Portugal tal aviso é muito importante. Mais ainda, é importante que o Governo não permaneça irracional mais tempo do que os mercados sem liquidez.
Luís Campos Cunha
Professor universitário
1) Ver PEC (Janeiro 2009), Quadro A-7, linha 4.

Nem fatalismos, nem determinismos...

pois, mas eu não acredito em fatalismo nem em determinismos culturais

houve um embaixador inglês que descrevendo os japoneses no sec XIX escreveu " povo preguiçoso que não serve para trabalhar e está sempre á espera que os outros lhes façam as coisas" (isto foi antes da Restauração Meiji e das reformas que daí advieram), hoje são conhecidos como o povo mais trabalhador do planeta.

essa ideia que os portugueses não podem mudar é errada, perversa e perigosa. Tal como o melhor truque do diabo foi convencer o mundo que não existia, tb as nossas elites tentam convencer que Portugal não pode mudar precisamente porque o objectivo dessas elites é perpetuar o status quo numas das sociedades mais desigualitárias do mundo Ocidental, pois já os Romanos dizem que osTugas não se governam nem se deixam governar, não é? Errado!!! Pois isto é a mais pura mentira.

O que se pasa é que os portugueses desda tenra idade são tratados como atrasados mentais, primeiro nos infantários, depois na escola, depois nas repartições de finanças, e por aí fora até chegar á assembleia da republica. se fossem "criados" e ensinados para serem adultos responsáveis em que os melhores (lá está a tal meritocracia) singravam e mandavam, e os que fazem merda fossem de factos punidos, podes ter a certeza que bastava uma geração para as coisas mudarem (claro que para isso iam ser necessários professores a sério e não os macacos que pululam no ensino de hoje em dia).

para quê esforçar-te, se podes sempre ganhar dinheiro com esquema ou com o tacho politico? porquê aprender na escola quando eu como trolha ou pescador com a quarta classe ganho tanto ou mais do que o doutor ?.. os incentivos nesse país estão todos do avesso. o exemplo mais gritante é o de deputado, aqueles homens vão lá para ser cães, levantar e sentar quando diga o dono, mais nada, por que razão haveria de ir gente honesta para assembleia. só mesmo os carreiristas, descerebrados e invertebrados se sujeitariam a tão grande desprezo, mas eles sofrem calados, primeiro nas estruturas dos partidos, depois nos penosos anos na assembleia em que não falam, nem fazem nada, tudo porque sabem que em 12 anos vão ter uma reforma vitalicia, é como uma lotaria a prazo em que para lá chegar és tratado como um cão mas em compensação só tens que fingir que trabalhas. o pior é que a maior parte dos portugueses adoraria estar no seu lugar, porquê? porque sabe que independetemente de ser inteligente e trabalhador, isso pode não chegar, o mais certo é não chegar se não tens a cunha certa, então porquê esforçar-me? porquê passar o valor do trabalho para o meu filho, se eu sei que não chega? é isto que leva a que os tugas sejam o que são hoje, bastava o incentivos certos na sociedade para isto mudar. vi ontem que em Portugal 350 mil pessoas (170 tal mil familias) recebem o Rendimento de Inserção Social, como pode isto ser possível? será que todas estas pessoas recebem de facto menos de 180 euros por mês? eu diria que nem metade, e porquê ninguem diz nada, pela mesma razão dos que querem ir para deputados...easy money num país injusto.

mas por onde teria que começar a mudança? logicamente, primeiro, pelos partidos politicos e depois pelo Estado em geral. pois mas não são os politicos os principais agentes deste sistema. são e por isso os partidos são o problema e não a solução! concordo contigo que Portugal é um impasse, mas não por causa dos portugueses mas sim pela forma como estão organizados. é por isso que quando vão lá para fora, mesmo sem saber ler nem escrever, se safam, a estrutura é outra...

enfim, vou jantar...

by Nuno Álvares Pereira

sábado, 7 de fevereiro de 2009