sexta-feira, 15 de maio de 2009

D. Dinis

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo

O plantador de naus a haver,

E ouve um silencio murmuro comsigo:

É o rumor dos pinhaes que, como um trigo

De Imperio, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,

Busca o oceano por achar;

E a falla dos pinhaes, marulho obscuro,

É o som presente d’esse mar futuro,

É a voz da terra anciando pelo mar.

Fernando Pessoa

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