O reitor da Universidade Católica Portuguesa, Braga da Cruz, disse hoje que seria justo se o Estado português pedisse desculpa aos jesuítas na celebração do centenário da República, que se assinala em 2010.
As declarações do reitor foram feitas na abertura do Congresso Internacional sobre o Padre António Vieira «Ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo», que hoje teve início na Universidade Católica, no âmbito das celebrações do IV centenário do nascimento do missionário jesuíta.
«Seria justo se na celebração do centenário da República que se aproxima, o Estado pedisse desculpa aos jesuítas e outras ordens, não num gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que têm feito pela cultura portuguesa», disse Braga da Cruz.
Este gesto seria, de acordo com o reitor da Universidade Católica, «justo e cheio de significado», após os actos de perseguição e ordens de expulsão feitos no passado contra os jesuítas.
O congresso, que se estenderá até sexta-feira, é a principal iniciativa para assinalar o IV Centenário do nascimento do jesuíta, missionário, orador, político, diplomata e o escritor «mais representativo do Barroco português», segundo a organização, que junta a Universidade de Lisboa e a Província Portuguesa da Companhia de Jesus, além da Universidade Católica.
No primeiro dia deste congresso, vai ser assinado um protocolo de cooperação científica para a constituição de uma Rede de Estudos Internacional Padre António Vieira, envolvendo várias universidades. A constituição desta rede foi realçada, também hoje de manhã na abertura do Congresso, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago. «Os estudos têm sido feitos sob a égide da Língua Portuguesa, mas a obra do padre António Vieira exige que seja conhecida noutras línguas e culturas», referiu Mariano Gago.
A propósito do IV centenário, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, disse que o padre António Vieira é um «nome maior da cultura portuguesa». «Vale a pena comemorá-lo e celebrá-lo sempre», disse.
O congresso promovido pela Comissão Organizadora de 2008 Ano Vieirino traz a Lisboa especialistas da Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América, França e Itália. As comemorações do IV centenário vão prolongar-se até Agosto 2009, com um novo congresso que está a ser preparado pela Universidade do Estado do rio de Janeiro (Brasil).
Diário Digital / Lusa
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
O Poder Autárquico - Conquista de Abril
Há décadas que o aumento do poder autárquico tem sido defendido como uma das grandes "conquistas de Abril", sendo de admirar até porque o mês em si nada tem de especial ou romântico...Geralmente chove muito, o sol é escasso e foi palco de mais um dos inúmeros golpes de Estado que nos últimos 150 anos têm ajudado o País a "evoluir"...
A verdade é que o "homem-massa" acha que tem capacidade para tudo fazer e sobre tudo decidir...mesmo quando são ignorantes e incompetentes, sem quaisquer provas prestadas nas áreas em discussão...É triste ver a quem está o dinheiro dos nossos impostos entregue e os critérios com base nos quais decidem, seja para a construção de uma casa mortuária para um núcleo residencial de 40 habitantes ou uma escola que fecha passados 3 anos por falta de alunos...
O poder autárquico poderá ter situações positivas, mas é um dos grandes responsáveis pelos despesismo público, caciquismo político e governação despótica que o nosso País sofre e ninguém tem coragem de dizer que "o rei vai nú"...
O assustador é verificar que os autóctones são incapazes, incultos, pobres e com pouca inteligência, mas são perigosos por se julgarem exactamente no oposto destas condições...e lá me recordo de novo da banda do Titanic...
A verdade é que o "homem-massa" acha que tem capacidade para tudo fazer e sobre tudo decidir...mesmo quando são ignorantes e incompetentes, sem quaisquer provas prestadas nas áreas em discussão...É triste ver a quem está o dinheiro dos nossos impostos entregue e os critérios com base nos quais decidem, seja para a construção de uma casa mortuária para um núcleo residencial de 40 habitantes ou uma escola que fecha passados 3 anos por falta de alunos...
O poder autárquico poderá ter situações positivas, mas é um dos grandes responsáveis pelos despesismo público, caciquismo político e governação despótica que o nosso País sofre e ninguém tem coragem de dizer que "o rei vai nú"...
O assustador é verificar que os autóctones são incapazes, incultos, pobres e com pouca inteligência, mas são perigosos por se julgarem exactamente no oposto destas condições...e lá me recordo de novo da banda do Titanic...
sábado, 22 de novembro de 2008
Portugal Inova
"Sócrates entregou Magalhães só para a fotografia
Por Margarida Davim
José Sócrates esteve na Escola do Freixo, em Ponte de Lima, a entregar computadores aos alunos do 1.º ciclo. Mas, depois de o primeiro-ministro ir embora, as crianças tiveram de devolver os Magalhães."
in Sol, 17 de Novembro de 2008
Por Margarida Davim
José Sócrates esteve na Escola do Freixo, em Ponte de Lima, a entregar computadores aos alunos do 1.º ciclo. Mas, depois de o primeiro-ministro ir embora, as crianças tiveram de devolver os Magalhães."
in Sol, 17 de Novembro de 2008
Igreja em 2000 - Joseph Ratzinger
Será uma Igreja interiorizada, que não reclamará o seu mandato político e não cortejará nem à esquerda, nem à direita.
Não terá uma vida fácil. Porque este processo de cristalização e clarificação custar-lhe-á alguns bons colaboradores. Torná-la-á pobre e fará dela uma Igreja dos pequeninos. O processo será tanto mais difícil por a Igreja ter de eliminar tanto a tacanhez sectária como a bravata daqueles que só querem fazer a sua vontade. É de prever que tudo isto precise de tempo.
O processo será longo e penoso, tal como foi muito extenso o caminho que levou dos falsos progressismos nas vésperas da Revolução Francesa (em que era chique, mesmo para os bispos, fazer troça dos dogmas e talvez mesmo dar a entender que de modo nenhum se tomava por certa a própria existência de Deus) até à renovação do século XIX.
Mas, depois da provação dessas divisões, uma força pujante brotará de uma Igreja interiorizada e simplificada. Porque os homens de um mundo totalmente planificado se sentirão indizivelmente solitários. Quando Deus tiver desaparecido inteiramente, aí é que experimentarão a sua total pobreza.
E descobrirão então a pequena comunidade de crentes como qualquer coisa de inteiramente novo. Como uma esperança que lhes diz respeito, como uma resposta por que secretamente sempre tinham esperado. Por isso, parece-me certo que se preparam tempos muito difíceis para a Igreja.
A autêntica crise mal começou. Deve-se contar com grandes abalos. Mas estou também seguro de que, por fim, permanecerá não a Igreja do culto político, mas sim a Igreja da fé. Ela não será com certeza a força dominante da sociedade, como foi recentemente. Mas florescerá de novo e tornar-se-á para os homens a pátria que lhes dará vida e esperança para lá da morte.
"Que aspecto será o da Igreja no Ano 2000?" - P. Joseph Ratzinger
Conferência radiofónica
Emissora Radiofónica de Hessis
Natal de 1969
Não terá uma vida fácil. Porque este processo de cristalização e clarificação custar-lhe-á alguns bons colaboradores. Torná-la-á pobre e fará dela uma Igreja dos pequeninos. O processo será tanto mais difícil por a Igreja ter de eliminar tanto a tacanhez sectária como a bravata daqueles que só querem fazer a sua vontade. É de prever que tudo isto precise de tempo.
O processo será longo e penoso, tal como foi muito extenso o caminho que levou dos falsos progressismos nas vésperas da Revolução Francesa (em que era chique, mesmo para os bispos, fazer troça dos dogmas e talvez mesmo dar a entender que de modo nenhum se tomava por certa a própria existência de Deus) até à renovação do século XIX.
Mas, depois da provação dessas divisões, uma força pujante brotará de uma Igreja interiorizada e simplificada. Porque os homens de um mundo totalmente planificado se sentirão indizivelmente solitários. Quando Deus tiver desaparecido inteiramente, aí é que experimentarão a sua total pobreza.
E descobrirão então a pequena comunidade de crentes como qualquer coisa de inteiramente novo. Como uma esperança que lhes diz respeito, como uma resposta por que secretamente sempre tinham esperado. Por isso, parece-me certo que se preparam tempos muito difíceis para a Igreja.
A autêntica crise mal começou. Deve-se contar com grandes abalos. Mas estou também seguro de que, por fim, permanecerá não a Igreja do culto político, mas sim a Igreja da fé. Ela não será com certeza a força dominante da sociedade, como foi recentemente. Mas florescerá de novo e tornar-se-á para os homens a pátria que lhes dará vida e esperança para lá da morte.
"Que aspecto será o da Igreja no Ano 2000?" - P. Joseph Ratzinger
Conferência radiofónica
Emissora Radiofónica de Hessis
Natal de 1969
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Eutanásia - Uma cultura de morte
O relativismo impera, já não existe a verdade e cada vez mais existe a negação do Bem por parte do Homem. Um texto esclarecedor:
Para alguns a eutanásia é a resposta correcta para o sofrimento insuportável das pessoas que, tendo doenças incuráveis e numa fase final da sua vida, entendem não querer continuar a viver.
A eutanásia inclui sempre o acto de provocar a morte numa pessoa gravemente doente, no fim da sua vida, e a pedido desta. Os seus defensores dizem que é uma resposta a reservar apenas para situações excepcionais.
A eutanásia não é a recusa de tratamentos desproporcionados, ditos fúteis, e a eutanásia não é a suspensão desse tratamentos. Com efeito, a recusa ou suspensão de tratamentos desproporcionados é uma boa prática médica, já recomendada e aprovada recentemente em código deontológico. A eutanásia também não é a administração de medicamentos opióides e sedativos, quando a intenção é aliviar o sofrimento.
Por outro lado, é inútil associar a eutanásia a vagos conceitos como "morte assistida", "morte digna", "boa morte serena", pois isso só contribui para confundir a opinião pública, com expressões que são tópicos sentimentais e susceptíveis de aludir a muitas outras actuações, de âmbito e natureza diferente da da eutanásia.
A realidade do sofrimento em fim de vida preocupa e assusta, e isso é natural e compreensível. Todos queremos garantir para o final dos nossos dias a tranquilidade de um tempo sem dores, sem mal-estar, e encerrar serenamente a nossa vida, em paz connosco, com o mundo e com os que nos são queridos.
Os que trabalhamos com doentes em fim de vida e seus familiares sabemos que a larga maioria nos diz: "Eu não tenho medo de morrer, tenho é medo de sofrer!" As pessoas querem habitualmente viver, viver com dignidade, e só um sofrimento insuportável as fará desejar morrer, e mais, as fará desejar que as matem.
Os portugueses precisam saber que têm hoje uma resposta técnica e humanizada da medicina para essas situações de sofrimento e que se chama "cuidados paliativos". Estes cuidados de saúde, prestados por equipas de profissionais e voluntários devidamente especializados, promovem a qualidade de vida e a dignidade, respeitam a vida (não a encurtam) mas também respeitam a inevitabilidade da morte (e por isso não prolongam artificialmente a vida).
Isto é: no mundo actual e moderno, a medicina tem meios para mitigar o sofrimento humano, não o deixando tornar-se intolerável, e sem manter as pessoas vivas a qualquer custo. Esta é uma resposta não para casos excepcionais, mas "a" primeira resposta nos cuidados de saúde para os que têm doenças graves e incuráveis, que pode e deve ser prestada muito antes dos últimos dias de vida.
Se não houver acesso e, sobretudo, se não houver informação sobre cuidados paliativos, a escolha sobre o que queremos para o fim dos nossos dias será feita de forma imperfeita e deturpada, sem estar na posse dos mais recentes dados sobre a matéria. Não se trata de contrapor a "alternativa cuidados paliativos" à "alternativa eutanásia": qualquer que seja a nossa posição sobre a eutanásia, todos devemos ter acesso aos cuidados paliativos. Demos aos cuidados paliativos, enquanto direito humano, o lugar universal que lhes está reservado.
Um recente estudo pioneiro, de representatividade nacional, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (ver www.apcp.com.pt), demonstra que 2/3 dos portugueses desconhece a existência e as práticas dos cuidados paliativos. Curiosamente, nesse mesmo estudo, nos indivíduos inquiridos - que representavam a realidade nacional -, 50% dos que se assumiam a favor da eutanásia diziam que mudariam essa posição, se tivessem a garantia de que a medicina não os deixaria em sofrimento intolerável. Estes factos revelam um nível de desinformação preocupante e justificam, por si só, mais e melhor informação para os portugueses sobre estas matérias.
Só pode haver debate sobre um tema se houver conhecimento alargado sobre ele. Importa, pois, colocar toda a informação disponível ao serviço do público, com rigor e verdade, evitando abordagens sensasionalistas. A importância do tema nas nossas vidas, o respeito pelos mais vulneráveis e, sobretudo, o respeito pela opinião pública e o dever de a informar justificam-no.
Oxalá possamos assistir a essa mudança.
Isabel Galriça Neto
médica de Cuidados Paliativos;
directora da Unidade de CP Hospital da Luz; assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa
Para alguns a eutanásia é a resposta correcta para o sofrimento insuportável das pessoas que, tendo doenças incuráveis e numa fase final da sua vida, entendem não querer continuar a viver.
A eutanásia inclui sempre o acto de provocar a morte numa pessoa gravemente doente, no fim da sua vida, e a pedido desta. Os seus defensores dizem que é uma resposta a reservar apenas para situações excepcionais.
A eutanásia não é a recusa de tratamentos desproporcionados, ditos fúteis, e a eutanásia não é a suspensão desse tratamentos. Com efeito, a recusa ou suspensão de tratamentos desproporcionados é uma boa prática médica, já recomendada e aprovada recentemente em código deontológico. A eutanásia também não é a administração de medicamentos opióides e sedativos, quando a intenção é aliviar o sofrimento.
Por outro lado, é inútil associar a eutanásia a vagos conceitos como "morte assistida", "morte digna", "boa morte serena", pois isso só contribui para confundir a opinião pública, com expressões que são tópicos sentimentais e susceptíveis de aludir a muitas outras actuações, de âmbito e natureza diferente da da eutanásia.
A realidade do sofrimento em fim de vida preocupa e assusta, e isso é natural e compreensível. Todos queremos garantir para o final dos nossos dias a tranquilidade de um tempo sem dores, sem mal-estar, e encerrar serenamente a nossa vida, em paz connosco, com o mundo e com os que nos são queridos.
Os que trabalhamos com doentes em fim de vida e seus familiares sabemos que a larga maioria nos diz: "Eu não tenho medo de morrer, tenho é medo de sofrer!" As pessoas querem habitualmente viver, viver com dignidade, e só um sofrimento insuportável as fará desejar morrer, e mais, as fará desejar que as matem.
Os portugueses precisam saber que têm hoje uma resposta técnica e humanizada da medicina para essas situações de sofrimento e que se chama "cuidados paliativos". Estes cuidados de saúde, prestados por equipas de profissionais e voluntários devidamente especializados, promovem a qualidade de vida e a dignidade, respeitam a vida (não a encurtam) mas também respeitam a inevitabilidade da morte (e por isso não prolongam artificialmente a vida).
Isto é: no mundo actual e moderno, a medicina tem meios para mitigar o sofrimento humano, não o deixando tornar-se intolerável, e sem manter as pessoas vivas a qualquer custo. Esta é uma resposta não para casos excepcionais, mas "a" primeira resposta nos cuidados de saúde para os que têm doenças graves e incuráveis, que pode e deve ser prestada muito antes dos últimos dias de vida.
Se não houver acesso e, sobretudo, se não houver informação sobre cuidados paliativos, a escolha sobre o que queremos para o fim dos nossos dias será feita de forma imperfeita e deturpada, sem estar na posse dos mais recentes dados sobre a matéria. Não se trata de contrapor a "alternativa cuidados paliativos" à "alternativa eutanásia": qualquer que seja a nossa posição sobre a eutanásia, todos devemos ter acesso aos cuidados paliativos. Demos aos cuidados paliativos, enquanto direito humano, o lugar universal que lhes está reservado.
Um recente estudo pioneiro, de representatividade nacional, promovido pela Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (ver www.apcp.com.pt), demonstra que 2/3 dos portugueses desconhece a existência e as práticas dos cuidados paliativos. Curiosamente, nesse mesmo estudo, nos indivíduos inquiridos - que representavam a realidade nacional -, 50% dos que se assumiam a favor da eutanásia diziam que mudariam essa posição, se tivessem a garantia de que a medicina não os deixaria em sofrimento intolerável. Estes factos revelam um nível de desinformação preocupante e justificam, por si só, mais e melhor informação para os portugueses sobre estas matérias.
Só pode haver debate sobre um tema se houver conhecimento alargado sobre ele. Importa, pois, colocar toda a informação disponível ao serviço do público, com rigor e verdade, evitando abordagens sensasionalistas. A importância do tema nas nossas vidas, o respeito pelos mais vulneráveis e, sobretudo, o respeito pela opinião pública e o dever de a informar justificam-no.
Oxalá possamos assistir a essa mudança.
Isabel Galriça Neto
médica de Cuidados Paliativos;
directora da Unidade de CP Hospital da Luz; assistente da Faculdade de Medicina de Lisboa
O procurador
O Ministro Manuel Pinho (fantástico como o senhor está sempre em destaque) afirmou que a nomeação para presidente da Autoridade da Concorrência do Dr. Manuel Sebastião, procurador de uma empresa do Senhor Ministro (que foi constituída quando o Dr. Manuel Pinho era administrador do BES e o Dr. Manuel Sebastião administrador do Banco de Portugal, entidade regulador do sector bancário??!!) não podia ser posta em causa...Pasme-se quando o Ministro Manuel Pinho tem mais uma tirada fantástica e afirma que a competência técnica não está em causa porque o Dr. Manuel Sebastião frequentou a mesma universidade que o Presidente Obama...Então e a ética? A moral? A vergonha? (ou falta dela...)
Isto mais parece é uma história do país natal do pai do Presidente Obama...se calhar foi lá que o senhor ministro fez um curso intensivo em formação ética...
Isto mais parece é uma história do país natal do pai do Presidente Obama...se calhar foi lá que o senhor ministro fez um curso intensivo em formação ética...
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